terça-feira, 1 de maio de 2012

Carta dos mortos



Eu costumava sempre sair a noite, frequentava bares e ia a todas as festas que me convidam. Muitas vezes acabava indo para casa acompanhado, mas algumas noites não acabavam tão bem, então eu ia a pé para minha residência, não fica muito longe e sempre é bom economizar a grana do taxi.
Teve uma noite, era uma sexta, não lembro direito, eu sai do bar as 3 da manhã, já tinha notado que a noite não ia ser das melhores. Logo que sai, olhei para esquerda e na esquina tinha um homem de sobretudo preto e chapéu, ele estava de costa, não dei muita atenção e segui meu rumo, queria chegar logo e fazer algumas coisas no meu PC.
Como estava frio eu caminhava rápido, mas tinha a sensação de que meus passos faziam mais barulho do que deviam, algumas vezes pensei que alguém estava me seguindo, mas quando olhava para trás não via ninguém.
Logo na minha frete estava a praça, um lugar cheio de árvores e aqueles brinquedos para as crianças, por sorte eu não tinha que entrar lá, podia passar pelo lado para chegar em casa.
A cada passo que dava eu me sentia mais observado, até que criei coragem e olhei para dentro da praça e para meu pavor havia alguém sentado e um dos bancos, com um chapéu na cabeça. Sai correndo, mas cada vez que olhava para trás eu vi o homem de sobretudo caminhando em minha direção.
Dei sorte de na esquina encontrar um taxi, me atirei para dentro dele e tremia. Pedi para o taxista me largar em casa e dei meu endereço, por sorte ele não perguntou nada, acho que estava distraído com as noticias do rádio, que fala de um assassino que matava sua vitimas dentro de casa com uma faca enorme, que cortava o estomago da pessoa e depois cortava fora a cabeça. Porém não dei atenção, meu coração estava batendo acelerado e só conseguia pensar naquele homem de chapéu.
Rapidamente chegamos à frente da minha casa, olhei bem em volta antes de descer e pagar o taxi. Assim que dei o dinheiro sai correndo até a porta procurando minha chave no bolso, no instante em que a achei consegui chegar a porta. De repente com o canto dos olhos, vi um vulto a minha direita, quando olhei notei o homem de chapéu na esquina, me olhando. No mesmo instante comecei a tremer e minha chave caiu da mão, enquanto procurava ela no escuro via ele se aproximando a passos largos e meu pavor aumentava. Eu tinha que entrar logo, antes que ele chegasse, demorou uns cinco segundos para encontrar o molho de chaves, mas parecia cinco minutos e ele já estava perto demais, peguei e enfiei a chave na porta, por sorte havia pego a certa de primeira e no momento em que girei ela dentro da maçaneta o homem estava a quatro metros de mim. Abri a porta e me joguei para dentro, quando empurrei a porta, senti que ele estava tentando não deixar eu fecha-la, lutei com todas as minhas forças e ela se fechou sem esforço algum.
Felizmente estava dentro de casa, salvo daquilo tudo. Por uns minutos fiquei sentado no chão sem saber o que fazer, quando me recuperei fui ao meu quarto, liguei meu PC e esperei iniciar. Devem ter passado umas dez minutos até que comecei a me acalmar. Logo estava distraído mexendo na internet, quando comecei a me sentir observado de novo.
Antes que eu pudesse esboçar alguma reação eu vi no reflexo do meu monitor, aquele chapéu. No momento que ia gritar senti uma mão grande tapar minha boca e comecei a me debater. Mas foi em vão, pois ele era mais forte, mesmo com toda a força que o pavor nos dá não fui capaz de me desvencilhar, nessa altura eu estava chorando e suando frio. O que será que ele faria comigo?
Não sei o que foi, mas ele esperou até eu parar de resistir, então tirou o chapéu e eu pude ver seu rosto desconfigurado, me olhado por cima. Tentei esboçar um sorriso, ou algo assim, não sei. Mas quem sorriu foi ele, enquanto enfiava uma faca em minha barriga me cortando ao meio… Eu pude sentir meu sangue escorrendo e a dor de ter minha carne dilacerada. Não tinha mais forças, só sentia dor e medo. Sabia que ia morrer e nada podia fazer, só esperar a morte me levar.
De repente o homem tirou a faca de minha barriga e a lambeu, depois pegou com a outra mão e eu só senti ela encostar no meu pescoço. Por um segundo senti a dor de estar sendo cortado, mas depois tudo apagou…
Não queria ter morrido assim, tinha tanta coisa para fazer nessa vida… Não gostaria que mais ninguém tivesse que ser assassinado desse modo, mas eu sei que irão, pois quem me matou ainda anda por aí, procurando jovens desavisados que andam por aí de noite… Tenha cuidado, ele pode estar atrás de você e talvez essa seja sua ultima noite…
- Essa é uma carta psicografada, de um garoto de 18 anos assassinado a dois meses. O assassino jamais foi descoberto, mas dizem que ele já matou pelo menos mais 5 pessoas.




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