quarta-feira, 2 de julho de 2014

Hey Brother

Lembro como se fosse ontem, aquela sala, fones de ouvidos alto, lágrimas constantes, grandes desesperos, corações inconsoláveis ...

Mas essa história não começa aqui ...








Hey brother       







- 1 –

Alguns anos antes...

Nossa vida era totalmente normal como as outras, minha mãe Manuela estava grávida do meu irmão Daniel, e minha tia Mariana estava grávida do primeiro filho dela Lucas.

Todos esperando o momento do nascimento, até q o dia finalmente chegou, minha tia deu á luz no dia 14/12/2006. E meu irmão nasceu no dia 08/01/2007, poucos meses de diferença, mais desde já uma alegria contagiante...
A vida foi mais feliz do que eu pensei, naquele momento como eu tinha 12 anos ainda, eu podia ser como sempre fui sem ninguém precisar me chamar de louca ou coisa assim. Era como viver no paraíso, onde eu tinha amigos imaginários desde a infância, esses meus amigos eram tudo para mim, o nome deles era Isabelly, Rachel e Luana, e tinha também o David, eles eram meus maiores companheiros.

Minha família é daquelas que tem uma renca de pessoas, dentre eles: Jonatham meu primo, Leonardo irmão mais novo de Jonatham, Kamila minha tia, Vitória minha prima, Ana Beatriz minha prima, Aliny minha tia, Carol minha tia de mesma idade que eu, entre outros que durante tudo irei descrever...

Alguns dias mais tarde o tempo foi se passando, meu primo Lucas, meu irmão Daniel e eu éramos como os três mosqueteiros, tudo o que nós íamos fazer era juntos, a gente entrava na minha casa e como eu sou muito apegada á crianças eu inventava milhares de histórias para eles...

Um dia eu contei a história de Carolina Drum, Vitória Carvalho e Baah, as três garotas que eram góticas fanáticas por coisas bizarras. E era assim...

Elas andavam na escuridão sob uma única luz do luar, andavam pelo cemitério e das pessoas começavam a zoar, imitavam vozes de gente morta para assustar o pessoal, mais no fundo eram boas, inteligentes, era legal...

Sim eu falo em rimas para ele porque eu cantava as histórias ao invés de contar como uma pessoa normal, eu sempre fui estranha não nego, mais okay né...


FIM DO PRIMEIRO CAPÍTULO


Em um dia de sol, decidimos montar a piscina para brincar, Lucas e Daniel ainda eram muito pequenos, mais ainda sim brincaram com a gente. Minha mãe deixou a minha irmã mais velha Eduarda ir para lá, meu irmão foi também, e enquanto eu, ela não deixou eu pisar o pé do lado de fora, então eu fiquei dentro de casa ouvindo todos rirem e brincarem enquanto eu brincava sozinha com meus amigos imaginários ...

A noite havia chegado e eu ainda estava sozinha brincando de dançar e dublar as músicas com Isabelly e David. Foi a tarde que eu mais brisei com eles.

Minha irmã entrou em casa e me chamou de louca, meu irmão entrou e me deu um chute do nada, eu ia me defender e minha mãe brigou comigo, e do nada quando meu pai chegou ele reclamou comigo também ...

As coisas começaram a ficar meio complicado, eu deitei e chorei muito, mais ainda bem que meus amigos não me deixaram.

Algumas semanas depois, estava minha mãe, minha irmã, meu irmão e eu em casa e fomos brincar de fotografar, na parede da cama onde fica a beliche tinha um quadro com a foto minha e da minha irmã quando pequena.
Eu estava muito doente naquela época, comia e recuava depois, eu era esquelética, sofria de distúrbios alimentares, mais ninguém se importava e nem se preocupava.
Ao revelar as fotos uma semana depois, algo nos assombrou de um jeito que ninguém entendeu, em cada foto toda vez que eu aparecia nela atrás de mim aparecia um homem refletido no quadro, ou em qualquer lugar que eu estivesse. Todos se espantaram com aquilo, acharam um absurdo, afinal como e por que aquilo havia aparecido e só quando eu estava que ele aparecia. Desde este dia todos passaram a olhar para mim de uma forma diferente, era como se eu vivesse o filme "Carrie a estranha" todos os dia da minha vida.


Fim do Segundo Capítulo


Alguns dias depois, ou melhor 2 meses depois ...
As crianças estava grandinhas, perto de fazerem um ano de idade, foi onde conheci Theef, Thales Andressa, Mony, Ketlin, Milleny, Amanda, Beatriz, e muitas outras pessoas. Sim um monte de pessoas, mais tipo só conheci mesmo porque a timidez não deixava eu ficar muito tempo com alguém sem antes conhecer bem.
No dia do aniversário do meu irmão, minha mãe fez uma festa do super-homem para ele, sabe foi daquele tipo de festa para ficar na memória. Foi muito divertido.

Após esse dia memorável, algumas coisas foram difíceis de se enfrentar, eu estava muito doente, mais ou menos a beira da morte, e em casa haviam muitas brigas, principalmente eu que era sempre a culpada por tudo.
E justo as pessoas que eu menos imaginei aparecer na minha vida foram as que estenderam a mão pra mim. Todas aquelas pessoas que eu havia conhecido, ficaram ao meu lado enquanto eu sofria, não só lutava contra o que minha família falava sobre mim, mais também sofria comigo mesma por me olhar no espelho e me ver gorda, e por ainda mais saber que desde os seis anos de idade me cortava e tentava me matar de todos os tipos de jeito. Eu não tinha motivo nenhum para continuar vivendo, eu me sentia como se no mundo só existisse meus amigos imaginários e eu, e agora meus amigos reais.

Fim do Terceiro Capítulo


Alguns dias, semanas, enfim, para mim até as horas eram eternas, caro tudo porque as férias chegaram, e eu não muito esses negócios de férias. E logo agora que eu tinha feito amigos que gostavam de mim pelo o que realmente eu sou.
E as férias de todos também são como as minhas, a gente acha que vai ficar de boa e vira escravo (risos). Mais o que era mais frequente em casa do que todas as outras coisas eram as brigas da minha mãe com meu pai por minha causa, ao menos era o que parecia ser, fora as injustiças que minha irmã e meu irmão faziam comigo. Enquanto tudo isso acontecia em casa, na casa do meu primo também não era fácil, na verdade naquela época a vida não erá fácil pra ninguém.
No aniversário de dois anos do meu primo, a gente fez uma breve comemoração de aniversário para ele com o tema dos powers rangers, todo mundo ficou animado, e super feliz, aquela festa foi umas das últimas que teve graça pra mim, depois daquela festa eu não apareci mais em nenhuma. O por que, é que eu nunca gostei de festa, sei lá sair de casa não é o meu forte.
Na festa, eu aparecia poucas vezes, mais todas as vezes que eu estava lá, eu estava com meu primo e meu irmão, tudo brincando comigo.
É tão bom ver crianças ao meu redor que nem sei como explicar, a gente ficava dançando e cantando umas das melhores músicas da minha vida: "Here Go Again" (Demi Lovato). Como a cama da minha mãe era um colchão que colocava no chão, a gente ficava dançando em círculos, um correndo atrás do outro, e quando ficávamos tontos de tanto rodar a gente só sentava ou deitava no chão e riamos de tudo, quando começava a tocar "One the Same" (Selena Gomez & Demi Lovato), a gente levantava correndo e pulava de alegria. A gente dublava a música como se estivesse no clipe, até que chegava a noite e eles pediam para eu contar histórias.

Contei uma história para ele que era assim:
Joselayne, Letícia e Ana eram melhores amigas.
Até que um dia uma falou que ia fazer uma rebeldia, essa rebeldia era dizer não para tudo ...

Como meu irmão e meu primo eram bebês eu tinha que contar histórias engraçadas.

Meu irmão falou que Ana fez uma rebeldia que era a de arrotar na cara de todos... Encrementamos a história com cada um falando um parte da cena.

Algumas semanas depois, ficamos meio separados por brigas, meu primo quebrava as coisas do meu irmão, então minha mãe deu a ordem de não deixar meu irmão brincar com meu primo.
Meu irmão ficou muito doente com isso, meu primo também.

Minha irmã sempre implicou comigo, então ela me batia muito enquanto minha mãe trabalhava, me chamava de gorda, me trancava pra não deixar eu ir pra escola. Eu não sabia o que fazer, estava ficando louca.

Enquanto uma parte da minha vida estava sendo dramatizada pela minha família, outra parte estava sendo animada por meus amigos imaginários. Apanhei muito também por causa do meu irmão, por isso enquanto chorava minha amiga imaginária Isabelly me fazia sorrir, Rachel me acalmava, e algumas coisas simples me fazia feliz, como assistir meus filmes favoritos, e ouvir minhas músicas que me levam para longe de todas as coisas tristes desse mundo.
Quando meu primo veio para minha casa uma semana depois, estava muito frio, porém ele se encontrava com um short e uma camiseta sem blusa de frio ou algo que cobrisse seu corpo...
Felizmente as roupas do meu irmão servia nele, então nós vestimos nele. Ele brincou muito, e depois começou a ficar irritado porque estava com sono. Ele deitou na minha cama e dormiu abraçado comigo e meu irmão.
Meu coração ficou apertado com isso, eu olhava para ele e para meu irmão, acariciava os rostinhos deles. E depois saí.


Fim do Quarto capítulo.


Ao acordar no dia seguinte, meu primo estava na minha casa brincando com meu irmão, ou melhor, os dois estavam tacando coisas em mim, levantei em um pulo e corri para pegar eles, gritando:
-Voltem aqui seus levados! (risos)

Ao me distrair, novamente eu era atacada pelas crianças, enquanto fingia que ia correr atrás deles, eles riam muito, e iam repetindo a cena cada vez mais, até que recebi uma bronca da minha irmã por causa deles. Continuei a fazer minhas coisas, mais com lágrimas nos olhos, afinal era muito injusto isso acontecer.

Enfim terminamos de arrumar toda a casa, sentei um pouco para assistir Futurama, almocei e, quando ia me sentar para enfim descansar, minha irmã fala para eu ir lavar a louça do almoço, e também começou a reclamar, dizendo que eu demorava duas horas para terminar de lavar a louça.
Fui para a cozinha, chorando baixinho pra ninguém escultar ou perceber. Foi onde meu primo e meu irmão apareceram na cozinha, viram minha lágrimas, e me abraçaram forte, a ponto de eu conseguir sentir o coração deles triste por tudo, eles olharam pra mim, limpou meu rosto e disseram baixinho:
-Eu te amo, não liga para o que ela diz de você, nós sempre estaremos aqui pra te alegrar, sua irmã é uma bruxa!
Eu apenas, dei um meio sorriso, solto junto com uma lágrima de conforto

Ao perceber que o que minha mente estava prestes a fazer comigo, diante daquela cena, olhei para dentro de mim mesma, respirei fundo e continuei.
Semanas mais tarde, ao estar brincando sutilmente comigo mesma, comecei a olhar para o lado e sorrir por um motivo que somente eu sabia. Meu pai olhou pra mim e me chamou de retardada, logo abaixei a cabeça e pus me a chorar. Logo minha irmã pôs se a brigar comigo do nada, ela me chamava de criança, falava que eu tinha que crescer, e que eu iria ficar para sempre sozinha, porque todos meus amigos iriam me abandonar, e eu não iria ter ninguém. Fui para o canto da cozinha em que eu me escondia para chorar. Peguei uma faca, ajeitei a manga da blusa de frio até um certo ponto que dava-se para avistar meus pulsos, chorando, cortei-me até passar mal, enrolei um pedaço de papel no braço para não manchar a blusa.
No dia seguinte fui para a escola, fiquei calada o dia todo, afinal não sabia o que fazer, a cada lição que eu terminava era como se fosse um peso, porque a hora passava muito rápido, e só de saber que logo eu iria para casa um aperto no coração ficava tão forte que me deixava com arrepios.

Avistei o relógio, e pronto, o sinal da minha tristeza tinha tocado, já era hora da saída de um dia chuvoso. Relâmpagos se  viam pelas janelas, foi ai que então tive uma ideia.

Cheguei em casa já pensando que estávamos sem energia, e como tenho medo de escuro já deixei p fora da mochila meu celular no modo lanterna, vi meu primo e meu irmão comendo quando cheguei em casa cansada, deixei a mochila no canto da cama, e fui tirar a roupa molhada, me vesti e fui sentar para comer. Foi onde minha irmã começou a gritar falando que era para eu lavar a louça e depois comer, eu disse que não porque estava com muita fome, ela então me jogou no chão me bateu, pegou o telefone e ligou para minha mãe falando que tinha feito tudo em casa, e que eu havia bagunçado tudo e não queria ir lavar a louça. Como minha mãe somente acreditava na minha irmã, eu logo já pensei: "Vish, agora me ferrei de jeito".
Já sem saída, fui para o canto da cozinha, já não sentia mais fome, joguei a comida fora, cortei-me com uma faca, lavei a louça, e deitei fingindo não ouvir nada do que falavam pra mim.
Pena que meu péssimo dia havia começado somente. Avistei meus amigos imaginários, eles me abraçaram muito forte, e eu simplesmente chorava. Quando minha mãe chegou, meu coração que estava apertado quase pula para fora de mim, eu me arrepiava a cada instante, continuei na cama, até que ela jogou as coisas no chão e me puxando pelo cabelo, me jogou perto das escadas, me deu dois chutes nas costas, o que me causou uma falta de ar, que na hora pensei que iria morrer. Ao me recuperar, levantei lentamente, esperei ela sair do banho e deitar, minha irmã tinha saído para ir pra escola, minha mãe e meu pai haviam dormido junto com meu irmão. Fiquei na cozinha, e pra me distrair coloquei os fones de ouvido, dei play em uma música e comecei a fingir que estava fazendo um show.

Quando fui perceber a hora, minha irmã já estava quase voltando da escola, então resolvi ir deitar, ainda me lembro do programa que assitia toda noite no Sistema Brasileiro de Televisão chamado "solitários". Levantei para ir ao banheiro e pegar o cobertor, ao virar me assustei, minha irmã tinha acabado de chegar, peguei e deitei o mais rápido possível. Ofegante por ter me assustado comecei a rir baixinho de mim mesma, pensei assim: "Nossa como eu sou doida!", e realmente eu não sou muito normal mesmo, então terminei de assistir, esperei minha irmã pegar no sono, peguei meu caderno para ver se havia lição para fazer, mais como sempre eu já havia feito as lições de casa na escola mesmo, então peguei meu caderninho de música e comecei a escrever sobre minha vida, coloquei um ritmo e tudo se transformou em uma canção, muitas das músicas que escrevi naquela noite foram sobre coisas tristes, outras já eram sobre o amor. É não era fácil ter que suportar uma grande bomba vindo.
Mais esta história não é sobre meu sofrimento.
Ao amanhecer, meu primo como sempre desceu as escadas correndo chorando dizendo que a mãe dele queria bater nele porque ele tinha jogado o brinquedo do meu irmão no mato. Subi no mato junto com ele e fui em busca do brinquedo perdido. Não encontrei nada para a falta de sorte dele, mais não deixamos minha tia encostar um só dedo nele, ele atrás de mim me abraçando forte e chorando muito olhou em meus olhos e pediu para pega-lo no colo.

Olhei para ele e peguei ele no colo, ao entrar em casa uma surpresa não muito boa me esperava, ao olhar para o quadro de quando minha irmã e eu eramos pequenas, vi a forma de um homem, (o mesmo que havia aparecido nas fotos em que eu estava), ele olhava para mim e eu para ele, até que uma lágrima minha caiu, minha mãe me deu um tapa na cabeça e me chamou de trouxa, abaixei a cabeça e sentei limpando meus olhos, nunca entendi o por que ela havia feito aquilo, deveria estar possuída sei lá (risos, tá parei).
Lá fora meu irmão e meu primo começaram a brigar, tive que sair correndo para poder separar eles, aos socos e chutes até que tranquei meu irmão, enquanto minha mãe disse que iria sair com minha irmã no mercado e não era para deixar meu irmão sair de casa. Concordei e coloquei um filme para assistirmos, era um filme de terror como sempre, após assistir o filme coloquei uma música e a gente começou a dançar, pulando de um canto da casa para o outro. Antes de entardecer, fui lavar a louça ao som de Lucy Hale, Demi Lovato e Selena Gomez, brincando de estátua com meu irmão. Meu primo ficou me olhando pela janela, com um olhar triste do tipo de querer brincar também, mais eu não podia deixar, se não minha mãe iria brigar comigo.
Desliguei o rádio, deitei e acabei pegando no sono, até que minha mãe me gritou e ....

Pronto ela havia chegado, e como sempre já reclamando por causa do que minha irmã tinha andado falando para ela. Corri para ajudar ela, mais meio que senti um clima diferente, minha irmã havia brigado com o namorado dela e só veio me contar isso de noite. Para minha surpresa ela disse que confiava em mim, fiquei meio de boca aberta, sei lá era muita emoção (risos).
Conversei com ela, e ela me disse que ela tinha visto ele com outra garota, fiquei chocada, mais então conversei com ela. E ela se animou e foi dormir.

Alguns anos depois...

Minha irmã estava totalmente a rebelde da casa, meu primo e meu irmão não queriam sair do vídeo-game, minha vida estava uma loucura total. Fora que minha mãe chegava do serviço com raiva e descontava em mim.

Era realmente uma tortura.



Fim do quinto capítulo

Minha irmã havia conhecido um garoto chamado Pedro, ele era muito legal. Vinha em casa todos os dias e, ficava enrolando com ela na escola, se ela viesse brigar comigo, ele não deixava e me defendia (Ufa!) . Era incrível, ao menos alguém me mantém fora de golpes por enquanto.

Passaram-se dois anos em que eu ficava muitissimo deprimida, até que algo pior estaria prestes a acontecer.
Meu primo havia ido na casa da minha tia, e ao brincar com meu outro priminho de correr, ele caiu e bateu a cabeça muito forte.
No dia da queda não aconteceu nada demais, somente arranhou o narizinho dele. No segundo dia ele reclamou de dor de cabeça muito forte, deram remédio para ele e depois passou. No terceiro dia ele já estava com febre alta, foi ao hospital, fez exames e teve que esperar os resultados. Ao chegar os exames, o resultado era...
Os resultados deram que ele estava com toxoplasmose (doença de pombo). Estava afetando a visão dele, o médico pediu para fazer mais alguns exames porque tinha visto um caroço nos olhos dele. E o resultado da ressonância foi de que ele estava com tumor...
Os médicos disseram que ele teria que se preparar para uma cirurgia, porque poderia ser que o tumor fosse maligno ou não.
 Todos aflitos ao saber da notícia, corações quase saltaldo a fora de tão rápido que batia.

Fim do sexto capitulo

E então o dia da cirurgia de meu primo havia chegado, no final o medico disse que ocorreu tudo ótimo, às mil maravilhas. E junto a esta notícia veio também a que o tumor era maligno e se desenvolvia muito rápido, e em torno de uma semana já iria crescer de novo, e que ele teria que fazer uma nova cirurgia.

Apesar de ele estar cheio de machucados por causa do que havia passado no hospital, ele teve que ficar internado bastante tempo, quando ele voltou estava muito calor, muito mesmo. Eu tinha acabado de chegar da escola, e minha irmã estava brigando comigo, meu pai mandou eu ir para casa da minha tia com meu irmão. Ao chegar lá meu primo estava com a piscina montada, e chamou meu irmão e eu para brincar na água com ele, meu irmão foi direto pra piscina e pulou na água como uma bala de canhão, (risos), eu estava muito triste, e comecei a conversar com minha amiga por mensagens.
No final das contas acabei indo por insistência do meu primo brincar com eles na água ... Nunca tinha me divertido tanto quanto naquele dia.

Fiquei sabendo no dia seguinte que ele havia piorado e estava internado novamente, ele tinha que ficar bem para a próxima cirurgia. Vi todos indo visitar ele, mais como meu trauma de hospital batia mais forte, eu acabei sendo a única que nunca tinha ido ver ele enquanto ele estava lá internado.

Meses se passaram, é chegado o aniversário dele em dezembro, mais ele estava no hospital ainda. Os dias se passaram, semanas, e quando fui perceber chegou o dia do meu aniversário, dia 30 de dezembro, ele tinha saído de uma cirurgia e estava em casa, só que não estava enxergando, nem movimentando um lado do corpo, ele não falava muito, estava muito triste. Quando entrei para ver ele, eu perguntei "quer um bolo bebê ?", ele assentiu com a cabeça que sim, minha mãe comprou um bolo e a gente dividiu, me senti muito mal e fui para casa.
Na noite do ano novo, foram fazer uma pequena oração na casa do meu primo, mais ele estava com muita dor e naquela mesma noite voltou as pressas para o hospital e foi internado.
Minha mãe tinha ido visitar ele, e eu fiquei. Quando deu 14:45 me ligaram falando que ele queria falar comigo, eu disse que estava muito ocupada, (mais na verdade eu estava com vergonha de falar com ele na frente dos meus pais), acabei não atendendo o telefone. Na gravação do celular da minha mãe, vi uma lagrima descendo dos olhos dele.
Minha irmã foi visitar ele na terça-feira, e disse que ele tava meio agitado.
Na quarta-feira ele teria que fazer uma cirurgia, dia 22 de janeiro de 2014, os médicos disseram que tudo tinha ocorrido bem, ficamos aliviados, mais segundos depois fomos surpreendidos com uma ligação, a que tudo enfim tinha acabado, porque ele havia falecido, para nossa dor. Ao menos ele estava descansando e não ia sofrer mais.
Lembro como se fosse ontem, aquela sala, fones de ouvidos alto, lágrimas constantes, grandes desesperos, corações inconsoláveis ...
Ouvindo a música da Bethany Dillon "Beautiful", muito emocionada, chorando muito, inconsolavelmente ... Eu tinha perdido meu bebê, a batalha foi perdida, só porque estava triste eu sem querer ouvi a música da Lea Michele "If You Say So", e me identifiquei muito, aos prantos fiquei.
Porém hoje estamos aqui, nos superando dia após dia ...
Fim

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